A Missão

A todos os interessados que por aí caminham sem saberem nem muito bem porquê nem como, que passaram por uma licenciatura e anseiam por algo mais, sem saberem bem o quê, mas mais, mais do que esta vida que não nos basta e não nos chega, porque quisémos mais e queremos mais para lá dos recibos brancos ou verdes, dos "cole-centeres" (como diria o nosso amigo Mário Zambujal) e dos centros de explicações, onde não somos senão carne para canhão, e tantas vezes nem isso, apenas números para apagar da lista conforme o patrão se vira para a direita ou para a esquerda enquanto a noite dorme, apenas e somente números sem nome ou letras, numerais, algarismos, unidades, dezenas, milhares de desempregados, quarenta mil professores, a todos quantos estejam dispostos a uma partida feita de sete mares, este blogue é para vocês, um instrumento de trabalho que eu quero de igual modo como instrumento de esperança, de acesso gratuito porque amanhã não é longe demais, é já aqui e agora, assim queira a tua mão.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Algumas estratégias para lidar com alunos difíceis


Como professores deparar-se-ão, inevitavelmente, com os famosos miúdos difíceis, os quais, pelas piores razões, ficam para sempre a viver nesta nossa memória. E, no entanto, talvez pudéssemos ter feito algo por eles.
Algo como? Como establecer uma relação, por exemplo.
E como se estabelece uma relação?

1) Compreendendo. Compreendendo como o seu modo de reagir é tantas vezes a única maneira conhecida para se expressarem
2) Compreendendo como os mesmos não estão zangados connosco ou com os colegas, mas com o que mais se passa lá em casa, lá na rua, tão fora destas paredes
3) Sorrindo, mais uma vez e sempre, sorrindo, brincando, dizendo piadas, sem levar a sério. Estão apenas a testar-nos porque outra coisa não sabem fazer...
4) Oferecendo algo, bolachas, chocolate, um docinho de vez em quando e quando menos estão à espera. Conquistem-nos pela barriga!
5) Brincando, entrando nas actividades, jogando à bola, jogando às cartas, correndo, caindo, rindo, brincando e, ao mesmo tmpo, estruturando as suas actividades na vossa preciosa experiência de adultos, trazendo alguma conexão à sua desarrumada vida
6) Se o miúdo(a) está mesmo a passar-se, digam-lhe: "I can see that you are upset and at the moment I cannot communicate with you, so I'm going to leave you for five minutes and let you calm down, after which I'll return", e saiam da sua área de acção, dêem-lhes espaço para acalmar. Muitas vezes uns minutos bastam
7) Trabalhem em equipa. Se o aluno(a) em questão não responde de modo algum às vossas interpelações e só vos manda aquela parte, peçam ajuda, passem o caso a outro colega. Saibam com quem o aluno se relaciona melhor (para o caso de ser preciso pedir ajuda outra vez!)
8) Não entrem em confronto directo! De modo algum. Quando o aluno procura o confronto evitem olhar nos olhos, sorriam, sentem-se coloquem-se a um nível mais baixo de modo a que o mesmo perceba como vocês não são uma ameaça, de todo (ficarão surpreendidos quando usarem esta técnica, eu sei que fiquei)
9) Se três ou quatro adultos estão de volta de uma criança só, não se intrometam, é o chamado "attention seeking", o miúdo só estava a armar sarilho para ter atenção e conseguiu-a. Mais um adulto só vai atrapalhar
10) Não tentem falar mais alto. Não só não resulta como é contraproducente. No mínimo o aluno vai sempre falar por cima. No máximo...
11) Se o aluno(a) está indeciso sobre uma determinada actividade, confuso, frustrado, ou mesmo zangado, dêem-lhe à escolha, expliquem como ninguém está ali para os obrigar a nada, sendo que podem sempre optar entre essa actividade e uma outra. Vamos a votos!

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